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Ativistas interrompem aula prática de medicina na Puc Campinas (Foto: Vc no G1) |
Os ativistas entraram na sala de aula nesta quarta-feira (23) e filmaram as atividades dos universitários orientados por um professor. Os animais sedados eram submetidos a técnicas de incisão adotadas em casos de emergências, como por exemplo a traqueostomia, que usa um orifício na traqueia para auxiliar na respiração.
O diretor adjunto do CCV explica que, no momento em que os manifestantes entraram na sala, eram realizados vários tipos de procedimentos, além da traqueostomia. Segundo o professor, eles treinavam também flebotomia (abertura de pernas e braços para acesso a vasos sanguíneos) e drenagem de tórax. “Vários procedimentos eram feitos ali porque, já que haverá o sacrifício, nós aproveitamos um mesmo animal ao máximo para reduzir a quantidade necessária”, falou.
Os porcos, conta Camargo, são comprados pela universidade que, após o sacrifício, descarta os bichos de acordo com regras sanitárias exigidas pela legislação. Segundo ele, a PUC também utiliza ratos e camundongos nas aulas, sempre sob a supervisão da Comissão de Ética para Utilização de Animais, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. “O animal não sofre. Eles são usados para ensinar técnicas que salvam vidas”, falou.
Novas tecnologias
Segundo o médico, a tecnologia evoluiu, mas ainda não conseguiu substituir por completo o uso de animais no ensino e pesquisa de medicina. “Alguns procedimentos que antes utilizavam animais, não precisam mais. Mas nesse caso os animais são insubstituíveis”. Ele explica que não há nada que reproduza as características do corpo humano de forma que os alunos aprendam, por exemplo, força empregada e profundidade de incisões.
De acordo com o delegado do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) em Campinas e presidente do Sindicato dos Médicos da Região, Casemiro Reis, de fato as técnicas são indispensáveis, mas é imprescindível que as regras sejam respeitadas. “Infelizmente, as técnicas são inevitáveis. Então, o que a gente prega é que tudo seja feito dentro das determinações do conselho para evitar o sofrimento do animal”.
Defesa dos animais
O presidente do Conselho de Defesa dos Animais de Campinas, Flávio Lamas, disse apoiar a ação por considerar desnecessário o uso de animais durante este procedimento. “O ato foi para mostrar a crueldade com o animal. Existem outros modelos, como simuladores e filmagens que podem ser utilizados de forma didática. É uma mudança que precisa ser feita”, afirma.
Ele explicou que recebeu uma ligação sobre o ato e que ao menos oito ativistas, que integram a Frente de Libertação Animal, participaram do ato. O G1 tentou localizar algum representante do movimento, mas até esta publicação não foi localizado.
Fonte: Portal G1
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